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De divagante a autora de sucesso

    Com toda essa onda de best sellers estrangeiros acumulando nas nossas estantes e listas de desejo a literatura nacional vai ficando meio de lado, então quando pegamos um brasileiro e gostamos nada mais justo que fazer todos ao seu redor saberem e lerem também. Afinal de contas, quem é que gosta de ler e não ter com quem comentar a história?
    Vocês devem imaginar a minha alegria ao me deparar com esses dois livrinhos em especial, o Tapete Vermelho (Editora Matrix) e o Absoluto (Editora Charme), ambos da linda e super fofa M. S. Fayes (Martinha para os íntimos) , uma blogueira pra lá de engraçada que ama romances tanto quanto qualquer uma de nós. Depois de uma certa insistência e um pouco de enrolação por parte desta que vos escreve que simplesmente não tinha ânimo pra escrever duas palavras, que dirá editar uma postagem decente, enfim trago pra vocês uma entrevista divertidíssima com a autora.
    Aproveitem bem e aguardem as resenhas. Se ficou curiosa sobre seus textos e divagações literárias é só dar uma passadinha no Bolog da Martinha...

Sabrina: Antes de mais nada,obrigado por aceitar me responder. Você poderia me falar um pouquinho sobre a Martinha pessoa e não a escritora? O que faz além de escrever?

M. S. Fayes: A Martinha pessoa nada mais é que uma mãe descabelada de duas crianças pequenas, uma esposa dedicada , mas que odeia arrumar a casa, professora de português e fisioterapeuta respiratória pediátrica. Aqui em Brasília, se os bebês adoecem com bronquite ou pneumonia, é só me chamar... Eu sou a conhecida "Desencatarradora de Bebês ".  Além disso, eu ainda desenho, pinto nas horas vagas, faço dublagens de voz e trabalho com crianças e adolescentes na igreja em que congrego. Viu? Eu sou terrível, mas tenho um lado bem puritano.


S: Por que decidiu escrever?

M: Primeiro porque sempre amei o português como nosso idioma pátrio. Segundo porque sou completamente psicótica por livros de romances. Não me coloque para ler livros de auto-ajuda ou técnicos. Eu curto livros de romance onde posso me reportar à época ou à história narrada e praticamente me deliciar com os conflitos dos personagens. Daí para escrever foi um pulo. Não sou poetisa como tantas pessoas. Muita gente começa por poemas, poesias e afins. Eu tenho um lado cômico que me permite criar textos engraçados. Muito dificilmente crio textos dramáticos ou sérios. Porém o livro, ou os contos em si, foi uma experiência que testei logo depois de perceber que, se a Stephenie Meyer, como uma mãe de dois guris, dona de casa, e formada em letras, tal qual como eu, pôde escrever um livro porque simplesmente sonhou com a história, porque eu também não poderia. E olha que acredito piamente que muitas autoras depois dela começaram do mesmo jeito. A própria E.L James é um exemplo. Era mega fã da Stephenie e acabou criando o fenômeno hot 50 Tons, né?!


S: Já li muitos contos seus, inclusive o que você fez para minha mãe, sempre voltado para o publico adulto. O que fez você mudar e escrever um livro mais para o publico TEEN?

M:  Na verdade, o Tapete Vermelho foi escrito antes de qualquer conto. O TV foi realmente minha primeira aventura literária. Porém eu não sabia se apenas eu enxergava a história com potencial ou se outras pessoas também poderiam enxergar. Resolvi testar meu estilo literário, testar o potencial dos meus textos, criando os contos, onde eu postava um capítulo de cada vez. As meninas já curtiam meus textos das Divagações, que são na linha de crônicas bem satirizadas. Daí resolvi evoluir para uma história de romance, tal qual as tantas histórias que elas liam. O Tapete Vermelho estava lá... Encostado na gaveta ( ou no caso no HD.). Quando percebi que sim, a galera curtia meu estilo, achavam que realmente eu tinha potencial para conquistar leitores, daí... Só então fui correr atrás de publicação. E o TV era meu primogênito e meu xodó. Na minha cabeça achei que ele seria classificado como romance contemporâneo. Qual não foi minha surpresa ao vê-lo na categoria juvenil. Achei ótimo. Porque é um segmento que está sendo amplamente explorado agora. As adolescentes deixaram de ter preguiça de ler depois do Harry Potter e do Edward Cullen...ou seja...livro de romance para esta categoria seria muito bem quisto.


S:Como nasceu o "Tapete Vermelho"?De onde ele surgiu?
M: Puxa... Essa é complexa. Eu não sonhei nem nada assim. Simplesmente propus meu cérebro pensante a pensar em uma história que trouxesse um diferencial e que não tivesse sido explorada antes. Daí juntei o que eu sempre achei em minhas divagações. As heroínas de romances nunca tem um biotipo como o nosso. Elas são mais nórdicas do que tudo. Então... Porque não fazer uma latina conquistando um ícone master de Hollywood? Fui rebuscando em minha mente até definir as situações e eventos que poderiam levar uma pessoa comum a se deparar com um astro de cinema... E eis que nasceu Marina Fernandes, estudante de intercâmbio que foi para o exterior com a cara e a coragem.



S:Pensa em escrever outros livros seguindo esta mesma temática?
M: Talvez. A galera que leu o Tapete Vermelho me pede para escrever o 2. Então, estou arriscando alguns capítulos. Outras me pediram para escrever sob o ponto de vista do James... Arrisquei o primeiro capítulo e agora elas querem mais. 
Atualmente eu tenho mais romances adultos escritos e guardados na gaveta. Mas quem sabe? Pode ser que surja outra ideia interessante para este segmento e para este público específico.


S: Como foi escrever Absoluto?

M: Escrever o Absoluto foi uma experiência bem legal porque minhas pesquisas foram super intensas na área do direito e no estilo cultural do Gabe. Uma amiga minha foi meu braço direito e esquerdo nesse lance de pesquisas e assistência jurídica. Ela e outra amiga averiguavam todos os detalhes pela que eu não escorregasse e falasse besteira. 

Escrever sobre a Kate foi legal porque eu estava numa fase de ler muitos livros com mocinhas pentelhas e chatas. Dai eu quis criar uma mocinha encantadora. Genial, esperta, bonita, doce e etc. Espero ter conseguido imprimir essas características nela.


S: Depois de 2 livros publicados quais são seus planos?

M: Depois de dois livros publicados minha intenção é continuar escrevendo e tendo o prazer de apresentar as histórias que surgem na minha cabeça pra vocês leitores.


S:E quanto aos contos, planeja continuar escrevendo?

M: Planejo. Embora essas atrevidas que me seguem no blog nunca estão satisfeitas com o número sucinto de páginas. Contos são contos. Curtos e que mostram a evolução da história sem muitos aspectos introspectivos, sem muita ênfase descritiva dos ambientes. Logo, eles são mais rápidos e com poucas páginas. Pois as leitoras queixam que querem mais, que a história acaba muito rápido e etc. Estou criando então algumas histórias maiores


S:Sabendo do BOLOG,você consegue manter ele atualizado sempre?

M: Com as divagações eu consigo manter atualizado. Semanalmente eu vou lá e posto. Uma vez ou outra me surge uma inspiração e posto alguma besteira em um dia indefinido. Os capítulos dos contos eu parei totalmente. Estou numa fase de bloqueio. Hahahaha...


S:Qual foi a divagação mais divertida e a mais difícil?

M: Acho que a divagação mais divertida tenha sido a que meti o malho na higiene das mocinhas de romances históricos. Ou ainda as divagações em vídeo onde eu mostro que a leitura pinta uma imagem bem diferente da prática. A da montaria com vestido de época foi lendária e a da queda da "Bastilha" também. 
Acho que a mais difícil tenha sido a que fiz sobre o universo BDSM. Porque eu tinha que produzir um texto engraçado, debochado, mas sem detonar a filosofia de vida que os praticantes têm. Eu tive que fazer pesquisa e expor minha opinião de maneira mais delicada para não ferir os sentimentos das mulheres que frequentam o blog e que são praticantes dessa linha.


S:Todos nós rimos muito com suas resenhas, divagações e tiradas. De onde vem tanta inspiração?

M: Da minha cabeça mesmo. Hahahah... A inspiração vem dos livros. Muitas vezes eu penso que já divaguei sobre tudo o que poderia ser divagado, que os assuntos se esgotaram... Daí leio um livro ou outro e me deparo com algo cômico a ser retratado. As tiradas hilárias nada mais são do que um retrato cuspido de mim mesma. Eu sou assim. Sempre tenho uma piadinha, uma tirada, uma zoação para fazer. O que a galera vê no vídeo, quando eu faço as di-video-gações, sou eu mesma quando elas me conhecem ao vivo. E eu escrevo exatamente como eu falo. Desse jeitinho assim.


S:Com tudo que você faz, sobra tempo para se cuidar e curtir a família? Como você administra isso?

M: Sobra tempo. Os meus filhos aprenderam a me dividir com o computador. Enquanto eu estou criando eles estão tocando o terror pela casa, assistindo desenhos ou simplesmente correndo pelo meu quarto. O marido é o maior incentivador, tanto que ele sempre se propõe a ficar com os filhotes quando tenho uma inspiração divina e preciso criar... hahahahah...
Fins de semana ainda saio, faço aula de tênis, vou ao shopping, vou aos churrascos na casa de amigos, vou à igreja, e leio. Eu leio muuuuito. Não há um dia sequer que eu não esteja com o meu Ipad na mão e meus zilhões de ebooks.


S: De onde surgiu o pseudônimo M.S. Fayes?

M: Bem... Esse foi engraçado de criar e mais engraçado ainda de explicar. Porque ele é bem lógico. Ao menos pra mim. Antes eu pensava em Mia Fayes. Por causa da princesa Mia, sabe? de Diários de uma Princesa? Pois bem... Eu estava assistindo o filme e pensei: "é esse o nome! " 
Fofocando com a minha amiga Lilith pelo skype, eu em Brasília e ela na Holanda, discutimos os nomes. Ela repudiou totalmente o nome Mia. Daí pensei na J. K. Rowling. E chegamos à conclusão de que se ela pode, eu também poderia adotar as iniciais. 
M de Marta. S de Sousa. E Fayes é o Fa de Fagundes e o es de Lopes. O y foi só pra dar um charme.

S: Pode nos contar um pouco do próximo livro ou ainda é segredo?


M: Sobre o próximo livro eu posso falar sim... Depende de qual você esteja querendo saber. Digamos que tenho alguns projetos em andamento, mas meu primeiro objetivo em 2015 é colocar o Irresistível, o livro 2 da Trilogia da Lei, nas mãos das leitoras. A história é uma delícia, mas eu sou suspeita pra falar, já que amo os personagens. Tenho um amor pela Fay, amiga da Kate. Foi um dos livros que mais gostei de escrever, tanto que é o maior. Hihihi. Mas acredito que vocês irão amar o 3 também.


S:E pra fechar a entrevista, como você se define pessoalmente?

M: Costumo me definir nas redes sociais de maneira bem sucinta. Eu sou eu  mesma e ninguém mais. Eu sou um retrato exato de quem eu sou por dentro. Meus cabelos tem mechas roxas, eu uso piercings, tenho tatoos, adoro anéis de falange e de dedos nos pés, falo alto e rio alto, me visto conforme o humor e o estilo do dia, tenho TPM como qualquer mulher, me estresso como qualquer mãe. Tenho preguiça como qualquer pessoa e minha alimentação preferida é leite com toddy. 
Eu passo uma imagem muitas vezes bem distinta para quem vê de fora. Os que julgam pelas aparências devem pensar que sou louca ou surtada. Os que me conhecem sabem que sou surtada. Hahahha... Mas de uma maneira boa. Sou extremamente cômica, mas também tenho mal humor. Sou super fiel aos meus amigos e sou o que se chama de Pau Pra toda Obra. Eu sou suuuuper carinhosa. Adoro abraçar, deitar no colo e fazer carinho. Adoro dar e ganhar presentes. Adoro fazer surpresas e alegrar as pessoas. 
Eu costumo me ver como um ser errante. Vou andando e seguindo, ultrapassando os percalços da vida e muitas vezes sendo abatida, mas me levanto e vou em frente. 
E o que mais choca as pessoas a respeito de mim mesma? É que eu sou protestante...hahahahha...as pessoas tem uma imagem errônea ou estereotipada dos crentes. Eu sou a prova viva de que nunca se deve julgar um livro pela capa, ou que as aparências enganam. Minha imagem, textos, brincadeiras podem passar uma imagem fugaz de alguém completamente "porra-loka”, mas meu coração é absolutamente pertencente a Jesus Cristo.


E aí? Curtiu a entrevista? Se quiser mais informações, notícias e datas de lançamento ou sessões de autógrafos visitem a página oficial da autora no Facebook M.S. Fayes ou a do blog Martinha Fagundes, a Divagante.

Em breve também no ar o site oficial da autora que você encontra aqui.
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P.S.: Morram de inveja, tenho os dois livros dela com autógrafo e dedicatória!!!





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